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terça-feira, 15 de julho de 2014

Relações Inconstantes



Tente se lembrar de quantas pessoas ao todo você já se relacionou na sua vida, no sentindo de “ficar junto”. Consegue se lembrar de todos? Sim? Ótimo! Vou piorar seu lapso de memória, consegue se lembrar também de todos os rostos e todos os beijos?

Mas, afinal o que te fez sair com todas elas?


Não vale dizer que você foi forçado. O primeiro beijo pode até ter sido, mas os subsequentes não. Mesmo que a quantidade tenha sido pouca até o presente momento, você com certeza teve algo marcante.


Alguns pegam gosto logo no início e ficam bons nisso. Outros demoram um pouco para se adaptarem, mas é inevitável, também passam a gostar. O curioso é que o beijo na adolescência visto aos olhos de quem nunca beijou, geralmente parece esquisito. 


O que é bastante controverso visto hoje, porque depois que experimentam, viram uma espécie de drogados. Vivem espalhando aos novatos o clamor de tal momento.

Mas além de sentirmos tal sensação gostosa que o beijo propicia, descobrimos também como é difícil de se relacionar com alguém totalmente diferente de nós. Alguém que não faz a menor ideia do que somos, gostamos ou pensamos.

É um choque de contradições, porque agora você já acha que domina o primeiro gesto (beijo), já pensa que é foda na arte de galantear, mas logo percebe que para passar para o próximo estágio um bom beijo infelizmente não basta. 

Sim, isso mesmo, agora sua realidade é outra. Logo você se dá conta que um relacionamento não vive apenas de beijos. Afinal, uma hora cansa. Não há língua, saliva ou lábios que aguentem tanto.Você logo começa a enxergar que uma relação envolve mais, muito mais. Para piorar a situação novamente, você não faz a menor ideia de como seja o segundo gesto ou passo. Não é atoa que quase nunca o primeiro lance dá certo. Desconfio que não deveria dar mesmo. São muitas coisas para administrar, digerir enfim...

Não obstante, depois de um tempo você passar a carregar um objeto de metal nobre arredondado tatuado com o nome de alguém em seu dedo. Ou melhor dizendo, uma coleira disfarçada? hahahá..

Sim, agora você pertence a alguém (olha que avanço).

E olha que irônico, alguém que até 6 meses atrás, você nem fazia ideia que existia. Mas foda-se isso, não te importa mais, afinal, agora você já acha que conhece tudo e sabe tudo sobre a tal outra pessoa, que aliás você chama carinhosamente de amor para agradar, vai dizer que não? 

Mesmo não se dando conta disso, mesmo não tem nenhum poder a maioria das pessoas ainda se sentem no direito de exigir alguma coisa em troca. Mas mesmo achando que você conhece seu par, a convivência não se sustenta com achismos. Uma hora o tempo toma conta da superficialidade instalada. A elucidação revela verdadeira situação.

E você sabe qual situação se trata. Mesmo tentando negar a si mesma, no fundo você senti que aquela relação está apenas pautada em leviandades. É uma situação de mentiras, desconfianças, mal tratos, brigas etc..   

Pense comigo, você está com alguém e na realidade nem sabe por que está ou ainda continua com ela. Num primeiro momento até sabia, mas agora, fica confusa (o) com suas próprias escolhas. E se pergunta indignada(o), porque oras bolas, isso aconteceu de uma hora para outra? Devo continuar? O que faz me faz continuar? O problema está em mim ou nele(a)?

Até dias atrás, você estava nadando em pura heresia de felicidade com a outra pessoa, e agora nada disso faz mais sentido. E por que não faz? O que mudou?

Não sei exatamente o por quê. Pode haver inúmeros motivos, circunstâncias e inclinações para algo não dar certo. Estatisticamente as chances de não dar certo são bem maiores do que às chances positivas. E todos quando entram em algum relacionamento estão bem cientes disso (ou deveriam).

Entretanto, uma coisa que talvez possamos dar como certa, é que aquilo não dá mais certo, nunca deixará de ser especial. Mesmo que tinha sido uma bosta, você teve algum momento marcante e alegre. Mesmo não havendo motivos concretos para tal separação, certa convivência foi construída e algo além disso, uma experiência nova e isso é algo que talvez devêssemos nos orgulhar.

Em todo caso, olhe para a sua trajetória e veja já quantos acasos e perrengues você já viveu para chegar até aqui. Deve estar surpresa(o) não? Algumas foram dolorosas, eu imagino, mas você sobreviveu.

E olha que demais, hoje até ri disso.

Se foi bem ou não, tanto faz, você teve a sua experiência e construíu algo. E mesmo que ela não tenha sido das melhores, peço que não desamine. Utilize dessa sua experiência como rascunho para uma nova história ainda mais bonita. Veja caro leitor(a)  que  todas as provas que teve que passar de alguma maneira te fizeram uma pessoa melhor, (mais chato às vezes) mas alguém mais consciente, mais preparado para outro ser que também procura alguém especial como você...