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domingo, 13 de julho de 2014

Onde está o amor?




Antes de perguntar a onde ele está, deveríamos nos perguntar por que ele vive se escondendo de nós? Ou será é que nós nos escondemos dele? E se for o segundo caso, por quê? Será muita pretensiosidade da minha parte saber tal paradeiro?

Seja qual for à situação, todos nós procuramos em algum momento esse bonito e ambíguo sentimento. Amor, olha que palavra linda. Digo em mão dupla, pois costumamos muitas vezes olhar e avaliar tal relação de sentido e significado do mesmo pelo resultado que aquilo nos causou. 

Mas será que sabemos mesmo amar alguém?

Para amar alguém, é inevitável que a outra pessoa sinta o mesmo por você. Isso é óbvio, não te contei nenhuma novidade! Quando isso não acontece, e geralmente não acontece mesmo, não é por sua culpa. 


Ora, pensando bem, talvez você tenha uma parcela de culpa nesse contrato de afetuoso. Afinal, uma relação afetiva é feita de duas pessoas. Como dizia o ditado popular ‘’quando um não quer dois não tentam”. 

E não adianta, quando o interesse é apenas de um lado da moeda, não há paciência ou vontade que sustente essa ilusão. Se você não sabe, ou não se deu conta ainda, a maioria das pessoas não sabem o que realmente querem. Queremos sempre o amor do cinema. Mas não qualquer amor. Queremos sempre o melhor, o mais radiante transbordante amor. 

A utopia implantada em nossa infância nos mostra  desde cedo que relacionamentos perfeitos devem ser iguais a dos desenhos animados da Disney, para pegar como exemplo. A nossa ingenuidade é alimentada assim. Fatos sem nexo que destroem qualquer ação construtiva de fatos reais que nos rodeiam. Não somos capacitados em nenhum momento pela realidade, a relação afetiva com o outro ser torna frágil, líquida, não sabemos deliberar corretamente.  


Não que sejamos ingênuos a esse de ponto de acredita que as coisas serão perfeitas para sempre. Pois não são, e nunca serão! Mas quero chamar a sua atenção para essa mania ridícula que as pessoas tem de idealizar perfis perfeitos e abstratos de um possível par. A maioria diz que não, mas no fundo elas sabem que é sim, e idealizam constantemente. 

Não julgo tal opção, mas acho um tanto quanto lamentável, e vou justificar o porquê!


Veja, por quê você acha que as pessoas vivem se enfiando em furadas? É só observar, a maioria ta perdido, começam relações de namoro sem sentido, vivem no desejo ultrapassado do matrimônio mas sem estrutura, sem base, sem sintonia, que é lógico posteriormente se transformaram em casamentos ceifados pela monotonia da rotina e o enfado pesado do tempo. É triste, mas é a realidade. 

E que fique claro, não sou contra o casamento, só acho que alguns ideais precisam ser revistos!

A lógica dos relacionamentos hoje em dia está pautada no mostrar, não importa mais construir, é importante ter e aparecer. E isso está mais evidente hoje em dia, onde trocar o seu status relacional na rede social é mais comum do que trocar de roupa íntima. Cada semana um, cada mês com outra, e assim quando você se da conta, sua timeline é campo devastado de relacionamentos fracassados. 

E depois de tanta procura, você acha que aquilo só tem um fim, o sofrimento. Você vai acumulando angústias, tristezas, decepções, magoadas, rancor, ódio indignação, antipatia e mais um monte de lixo que você vai guardando na sua memória. E lhe pergunto, para quê?

Quantas decepções você já teve ou passou em busca dele? E qual foi sua reação com cada uma delas? Acha que se saiu bem? Gostaria de mudar algo? 

É meu caro leitor (a), claro que gostaria mudar, quem não? Eu sei essas coisas não são nada fáceis... Já passei por algumas também!

Mas vou te revelar um segredo pessoal, sofrimento deste tipo é opcional. É chato e insuportável, eu sei, claro que é, mas é você quem decide se ele vai continuar ou não. Então faça-me um favorzão, pare de colocar a culpa nas coisas ou nos outros. Quer um exemplo típico? Então veja só...

Se um romance for um desastre, falamos logo que não era amor. Se for por bastante tempo e depois não deu certo, logo proferimos impetuosos desafetos e ódio pela tal pessoa, costumamos dizer que foi tempo perdido, não é mesmo? 

O mais me deixa triste nisso é que por algum momento nos esquecemos que algum dia, esse tal “ser odiado” nos tirou o sono e nos encheu de sorrisos. 

É irônico, mas para chegar nesse tal estágio de ódio, olha o tanto que você teve que passar ao lado de uma pessoa para sentir isso. E acredite, por mais que sua ira seja grande, nada apagará o que vocês viveram.

Antes que me pergunte, sim, o amor se constrói com tempo. O tempo pode apagar o desejo, mas jamais o afeto verdadeiro por alguém. Por ele é sincero, e transparece na presença do outro. E se por algum motivo você teve algo com alguém e que se lembrou agora, e parou para analisar essa relação e percebeu que hoje isso não representa mais nada, nem uma lembrança positiva, acredite aquilo não era amor e estava longe de ser. 

Pois amor também é intensidade, é a intimidade compartilhada. É o Libido também, mais além do desejo é vontade de querer cuidar do outro, de ter uma posição empática com os anseios do outro, é brincar com o diálogo, é dar conforto quando ninguém solicitou.

E mesmo que a situação por um tempo deu certo, e hoje não tenha mais perspectiva de futuro, não se entristeça. O seu amor pode ter virado outro sentimento, seja ele de carinho ou amizade ou qualquer outro, porque não?

Podemos nos separar, nos odiar, e mesmo assim continuar amando alguém.  Sim, podemos. Será duro, com certeza! Sabemos muito bem, que amor não correspondido machuca bastante. E não é atoa que vemos que várias pessoas se suicidando em demonstração de tal sentimento. Não encontram nem na pessoa amada, nem em si mesmas!

Mais antes que a gente denomine algum lugar para encontrar o amor, sejamos mais transparentes com nossos próprios amores internos. Sejamos mais sinceros com eles. Pois não pode haver busca, se há um grande vazio em nós. 

Contudo, se você chegou até aqui sinto-lhe informar, mas eu não tenho o caminho certo e não faço a menor ideia da onde ele esteja. Estou procurando também, e estou na expectativa de esbarrar em alguém que faça dessa minha procura a procura dela também. E mesmo com nossos descasos, medos e dúvidas sejam parecidos ou diferentes, a esperança é que os anseios se transformem em bússola e nos indique uma direção (não precisa ser correta ou certinha), mas que motive a intensidade de encontrar não no outro, mas juntos esse tal sentimento maravilhoso, chamado AMOR.