Um jeito único de ver o mundo...

terça-feira, 13 de maio de 2014

E se você fosse um(a)...



Um o quê? Seja mais específica minha querida! Fiquei me perguntando sobre o que exatamente os recrutadores queriam que as pessoas escrevem-se naquele pedaço de papel com início desse com esse título... (sim, hoje fui numa entrevista de emprego)

Aliás, parece que está virando rotina isso, com tantas oportunidades na grande metrópole, boas vagas são disponibilizas todos os dias aos montes na internet. Por sorte, a cada semana que passa, estou sendo convidado a participar de algum processo seletivo. 

E sim, antes que você me pergunte, eu me candidatei a milhares de cargos, não porque eu queira ocupar todos, não tem nem como (óbvio), mas creio que ainda algum se encaixará ao meu perfil. Além do mais, falar sobre trabalho justo aqui ou de possíveis trabalhos não vai rolar. 

Antes que me pergunte, nem sei exatamente qual é o meu perfil, se ele é bom ou não, se é atraente ou descartável, se é isso ou aquilo, e blá blá blá... tanto faz! 

Conte-me mais sobre seu perfil, diz os nobres selecionadores! Não sei por qual razão, mas acho essa perguntinha um tanto quanto cretina, você também não acha? 

Fico pensando sozinho, meu perfil pode ter várias facetas, em qual contexto você quer saber? Se for profissional, te dou a resposta que você deseja ouvir e todos saímos felizes. Claro, não que a tal resposta seja uma mentira, nada a vê, mas como certos jargões já impregnaram na cultura do mundo organizacional, é mais fácil apelar para eles. 

Acredite, não sou bipolar e muito menos sofro com nenhum distúrbio de personalidade, apenas acho que em diversas situações, dependendo do local, das pessoas e do contexto, somos induzidos a interpretar papéis que jamais pensaríamos que fossemos capazes de encenar. Se a vida é uma peça, encene conforme o cenário manda! 

Outra questão que sempre vejo com uma pitada de ironia é a questão: Porquê você está procurando esse trabalho? “Por que sim porra, não é lógico para você? Não tá vendo estou desempregado e preciso de dinheiro” (seria tão hilário ver alguém falando isso), mas o que normalmente as pessoas fazem? Sim, fazem exatamente isso que você pensou, fazem aquela encenação hipócrita e descarada. No final das contas acaba dando certo, não os julgo por isso, aposto que também já fiz o mesmo.

Mesmo agora estudando mais afundo a história dos modelos de administração, vejo que algumas práticas organizacionais ainda precisam melhorar muito. E não vai ser eu quem vai dar uma solução para esse tipo de problema.

Agora voltou a maldita “se eu fosse um..”, já pensou que poderíamos ser qualquer coisa. Sério, repito novamente, qualquer coisa. 

Olha que interessante, já parou para pensar que as coisas que passou ou decisões que teve de tomar, te fizeram estar ao onde você está agora? Se você tem e está em um bom emprego e tem uma ótima namorada, é porque em algum momento, você decidiu estudar, se esforça e tal, suas chances de ter um bom emprego são grandes, e também claro, se investiu seu tempo e charme na conquista de uma determinada mulher, idem com a questão anterior. O mesmo vale para situações adversas. Se hoje você está fudido, sem grana, sem porra nenhuma, tá numa merda danada, é porque também suas escolhas ou sua preguiça te levaram a isso. É meu querido(a) a realidade dói, eu sei!    

Costumo olhar para pessoas sucedidas e imaginar como foi a trajetória delas até ali. Fico admirado com tal determinação e garra.  A comparação também é feita com pessoas normais, pessoas que vejo diariamente no metrô, fico imaginando o que elas são agora, o que levou a elas serem o que são, e por fim, o que elas gostariam de ser.

Claro, nossa vida é feita de momentos e dentro desses momentos temos as fases. A fase de criança, da juventude, das responsabilidades, da velhice enfim... cada momento específico ou fase, desejamos ser alguma coisa. 

Não é por menos, que quando lembramos de algo que queríamos ser a sei lá, 5 anos atrás, achamos graça e também julgamos ser de uma tremenda idiotice. O mesmo vale para os relacionamentos, quando mais jovens, sonhamos perdidamente com aquele amor avassalador das comédias românticas, com aquele momento inesperado e tal, mais logo percebemos que não é bem assim. A decepção antes só vista nos dicionários, passa a fazer parte da nossa pele, dos nossos sentimentos. 

Sentimentos que diga-se por passagem, lidamos muito mal. Da mesma maneira que queremos ser alguma coisa, queremos sentir alguma coisa, essa tal coisa mágica que os apaixonados sentem, mais essa distância entre querer e ter é muitas vezes construída por você mesmo. 

Responda para consigo mesmo, quantas vezes você já perdeu uma oportunidade de ser algo ou ter alguém, pelo simples fato de ter medo de tentar? Ou por que você, só você, consegue elevar seu egocentrismo ao patamar de insuperável? Ou tantas outras coisas que te afastam do que você deseja. São coisas para serem pensadas... 

Sobre a pergunta da tal entrevista, tive que escrever no mínimo 15 linhas, e olha não foi fácil, mesmo gostando de escrever, imaginei milhares de coisas, fui tomado por um banho gelado de histórias, personagens, quadros mentais e nenhum se encaixou perfeitamente, não o que eu esperava, queria contar a história de uma outra pessoa... enfim... não sei se eu soube responder adequadamente, mais pelo menos o desejo despertado dessa reflexão, valeu a pena! 

“E se você fosse um(a)...” O que seria?