Um jeito único de ver o mundo...

segunda-feira, 21 de abril de 2014



Antes de começarmos a nossa reflexão, me responda uma coisa, quantas vezes você já se deparou com pessoas que apenas replicam o aquilo que ouviram? Penso comigo mesmo, aposto que foram diversas vezes...


Todos os dias, percebemos que a originalidade do pensamento anda muita 
escassa. A veracidade dos fatos passou apenas a ser uma ilusão. Nada parece ser mais discutível, é chato investigar, pesquisar tornou-se sinônimo de cansativo, o aprofundamento é desnecessário. Falar sem apurar é mais eloquente, soa mais robusto.

Tente questionar e apontar outra direção para quem apenas replica, e veja a reação que aquilo que você propõe será  o mesmo como deferir um golpe fatal, só que em vez de atingir o seu corpo, atingirá em cheio na sua prepotência.


E quando discorro sobre isso, não estou querendo dizer que não devemos nos valer de referências intelectivas para sustentar nossos argumentos, nada disso. Acho um caminho nobre e inteligente, mas sendo como ponto de partida para a construção de nosso próprio pensamento, e não como fim. O grande problema que sinto é que grande parte tomam como sendo suas as referências que outros pensadores já pensaram, refletiram e construíram.

Geralmente e tristemente nem citam a fonte da onde surgiu aquele brilhantismo que ditam com tanto vigor. A maioria pegar com parte integral e transforma em seu próprio discurso. O autor-criador do pensamento é um detalhe ameno.

Mas, como vivemos numa realidade onde o parecer é mais importante que ser, esse descaramento é muitas vezes aplaudido. Lastimável! Isso nos mostra uma coisa, que devemos nos atentar também, com esse advento da repetição, a nossa singularidade particular vai se perdendo. Viramos máquinas, auto falantes, anunciadores da nossa própria ignorância.

Paulo Freire, um dos maiores educadores (si não o maior) que este país já teve, em sua extensa obra, nos faz refletir quase simultaneamente com simples frase como esta:


“Conhecimento memorizado, não é conhecimento construído!” - Paulo Freire


Percebo que muito do que é dito hoje, é apenas memorização. Somos estimulados desde pequenos a compreender e memorizar formas fragmentadas de pensamentos. A nossa querida escola é um exemplo clássico dessa barbárie. O modelo tido como atual, copiado das fábricas da revolução industrial, do fordismo(grande escala), transformou a sala de aula e um ambiente de replicação, de memorização de massa e não de construção.

A construção demora, consome tempo, exige dedicação e principalmente requer originalidade. Em um lugar que estimula o homogêneo, o individual perde seu espaço A construção vive no individual. Derevia viver no coletivo também, mas são tantas coisas para pouco espaço de tempo, a enxutação de saberes, parece ser o caminho mais eficaz que a escola indicou como sendo apropriado para a preparação dos futuros cidadãos. O resultado, é o que presenciamos por ai, pessoas ligadas no modo automático da falsa sabedoria. 

Em determinados casos, a replicação das bobagens chegam a ser tão absurda como as justificativas que viram posteriormente.

Um debate com pessoas assim, dificilmente irá para alguma direção. Aliás, essas mesmas que se (acham a pica das galáxias), pensam que debates são feitos para um dos lados ganhar. Mal sabem elas que o verdadeiro sentido de uma debate é essa divergência e troca de ideias.

A alienação dessas pessoas, essa consubstancial simbologia, chegar a ser tão nojenta como a replicação das suas falsas  ideias. O alcance limitado de seus horizontes, os condena a sempre ficarem reféns da mesmice e mediocridade.

Você dirá: “Eles não tem culpa, são vítimas, foram ensinados e educados a memorizar.” De fato meu querido(a), se você ainda não reparou, mas todos nós também fomos. A grande questão aqui é, por que elas não mudaram desde então? Pelo o que eu saiba, viver na mesmice não leva ninguém a lugar nenhum.


Se vivemos sempre do meu modo, não podemos reclamar da falta de novas perspectivas. A mesmice não costuma dar espaço para o novo. A mesmice busca o memorizar, porque é mais prático, o criar da trabalho, e isso nos cansa. Não me admiro que tenha milhões de estudantes que acabam seus estudos e não sabem pensar por si só. São tão calejados por anos a decorar, que quando finalizam seu treinamento chamado estudos, são postos a prova. Mais a prova novamente, não exige sua originalidade, não propõe expor a construção singular que ele fez em sua tragetória.  Resultado naturalmente, cria mais um imbecil repetidor de fatos.

Nosso mundo não precisa mais disso, nossa inteligência se cansa ao se deparar com indivíduos assim. Então se você ver um exemplo típico desses que descrevi, faça um favor para si mesmo, não perca seu tempo.

Use seu conhecimento como forma de construção, como Paulo Freire falou, como conhecimento verdadeiro. Pois a conhecimento como memorização, não é conhecimento, e sim uma auto forma de enganação!